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Não é um gato, é uma gata.
Compreendo que seja mais fácil
reduzir todos os gatos a gatos,
mas peço-lhe que, por fineza,
abra uma exceção. É uma gata,
não amamentou gatinhos,
ou porque não teve escolha,
ou, mais provavelmente,
porque não quis. É uma gata,
aluada em certas noites,
a lamber-se sem vergonha,
a desfrutar do seu próprio cio.
Compreendo que seja mais fácil,
sei que não fez por mal, nunca
ninguém faz por mal, já reparou?
Mas peço-lhe que preste atenção
e, no futuro, não volte a cometer
esse erro tão comum. É uma gata,
não é um gato, é uma gata.
José Luís Peixoto, inédito
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