De claudia ribeiro a 26.07.2011 às 15:06
Exelente a abordagem das questões de vida e morte, terra e mar, angustia e gozo, realidade e escritura no artigo de S.C. sobre a poetica de JLP
Imagino que Portugal, desde as caravelas, vive o temor de naufragar e ainda assim não teme fazer-se ao mar. Por isso, talvez, entre outras cousas, tão lindamente "canta"!
No Brasil tem um poeta, músico, cantor, já falecido, cuja canção maior um dia disse. " É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar."
Baiano mestiço, Dorival Caymi, resolveu nesta frase, me parece, alguma coisa das dores dos portugueses exilados na America, dos colonizadores, dos africanos escravizados, dos índios dizimados.
O idioma que constituiu a nossa cultura, nos torna hojendia, por absoluta identificação, a um só tempo, pais, mães, filhos e filhas dos navegadores. Essa dor é portanto herança e errancia, tanto quanto esse amor.
Imagino ainda que em alguns, tudo isso se manifesta, se transformando em poesia. Mas é raro!