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O momento de receber o primeiro exemplar de um livro novo é sempre feito de uma emoção intensa.
Hoje, "La distancia entre la piel y el tatuage" (edição exclusiva no Chile, repito sempre isto para não criar mal-entendidos) chegou-me às mãos de repente, quando não o esperava. Tínhamos passado a manhã com a promessa da gráfica de que os primeiros exemplares seriam entregues às 11, depois ao meio-dia, depois às 16. Seriam umas 17 e 30 quando, depois de um corredor da USACH (Universidad de Santiago de Chile) me deparei com uma pequena agitação de professoras e alunos. Era o livro impresso e encadernado, pronto.
Este "La distancia entre la piel y el tatuage" consiste numa recolha bilingue (castelhano e português) de doze textos que, em Portugal, surgiram em publicações diversas, a saber:
Conversa com o André
A idade das mãos
O cadáver de James Joyce
Deus, anda cá
Biografia sem dentes
Quatro zero
Algumas coisas invisíveis
Sete lugares onde já encontrei Portugal
Cão morto, férias, Alzheimer
A corte no Rio
Sim significa não
Fantasma escritor
Estes textos foram traduzidos e revistos por grupos de alunos, sob a supervisão das professoras de Português da USACH, tendo sido publicado pela Publifahu (editora da Universidade).
Posso dizer que o orgulho do momento em que vi o livro pela primeira vez foi partilhado com todas estas pessoas. A tranquilidade do final de tarde foi o momento ideal para essa partilha.
"A distância entre a pele e a tatuagem" é uma forma de falar da distância de tantas coisas que, por conforto analítico, se tentam separar, mas que são inseparáveis. A autobiografia e a ficção, o conto e a crónica, o texto original e o texto traduzido são apenas alguns dos múltiplos exemplos possíveis.
Fico feliz por saber que, a partir de agora, este título e estes textos terão uma existência chilena.
Antes, ainda de manhã, falei num anfiteatro sobre diversos aspectos ligados à escrita e à tradução.
À tarde, numa sala, onde estavam os tradutores deste livro, falei de algumas questões específicas relativas a estes textos e tentei responder a algumas questões que me colocaram sobre os mesmos e sobre a minha experiência do processo de tradução e do meu contacto com tradutores.
Ainda havia luz do dia quando saí da USACH (anoitece por volta das 20 e 30) e também havia a cidade de Santiago, atravessada por carros e pessoas. Havia também as livrarias abertas e mil detalhes a acontecer.
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